O Procurador-geral da República da Guiné-Bissau, Bacar Biai, pediu hoje ao Tribunal Regional de Bissau para solicitar à Assembleia Nacional Popular “elementos probatórios” sobre alegados planos para assassinar os presidentes do parlamento e do PAIGC.
“Na ordem dessa preocupação, o Procurador-Geral da República instruiu a Vara-crime do Tribunal Regional de Bissau para solicitar ao referido gabinete no sentido de fornecer todos os elementos probatórios que possam facilitar a identificação dos referidos autores para traduzi-los à justiça, assim como, inquirir o subscritor do referido comunicado”, refere, em nota à imprensa, a Procuradoria-Geral da República.
Num comunicado, divulgado terça-feira, o gabinete de imprensa do presidente da Assembleia Nacional Popular (ANP), Cipriano Cassamá, refere ter recebido de “fontes bem informadas e posicionadas a informação de que esteve em curso, durante a marcha que teve lugar nos dias 16 e 17, um plano para a eliminação física do presidente do parlamento e do presidente do Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC)”, Domingos Simões Pereira.
A Guiné-Bissau vive há cerca de dois anos uma crise política, que levou ao encerramento do parlamento.
O atual Governo da Guiné-Bissau não tem o apoio do partido que ganhou as eleições legislativas de 2014, o PAIGC, e o impasse político tem levado vários países e instituições internacionais a apelarem a um consenso para a aplicação do Acordo de Conacri.
O Acordo de Conacri, patrocinado pela Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), prevê a formação de um governo consensual integrado por todos os partidos representados no parlamento e a nomeação de um primeiro-ministro de consenso e da confiança do chefe de Estado, entre outros pontos.